Recentemente a Inteligência artificial se tornou o assunto mais falado do momento. Eventualmente, esse assunto toma conta de todos os ciclos sociais, na maioria das vezes girando em torno do uso da ferramenta para papeis artísticos ou considerando cenários pessimistas onde robôs dominam nossa sociedade. Entre histerias e questões sociais, a inteligência artificial é uma ferramenta sem precedentes para todos os setores de trabalho, inclusive na medicina veterinária.
De forma resumida, a inteligência artificial é uma forma de máquinas conseguirem emular a capacidade intelectual humana. Falando dessa forma, fica um pouco difícil compreender exatamente o que isso significa, mas ela está presente em nossa vida diariamente, desde o algoritmo de sua rede social favorita até assistentes de voz, como a Siri ou a Alexa. As IA não são tão completas como nosso cérebro, mas são mais rápidas, e ao contrário de nossas mentes, podem ser interligadas com outras IAs, acelerando seu aprendizado e a resolução de tarefas.
Com tudo isso apresentado, para entender o que as IAs podem fazer para a medicina veterinária, basta considerar o impacto de um médico veterinário mil vezes mais experiente e com acesso a informações em tempo real, no tratamento de um paciente. Novamente voltamos a considerar cenários apocalípticos, onde os robôs roubam os empregos de veterinários humanos, mas a realidade é mais agradável do que isso.
A velocidade de processamento de uma inteligência artificial acelera o processo de identificação de padrões em hemogramas completos, estima-se que no futuro, com programas mais avançados, as IAs poderão fazer diagnósticos médicos e emitir relatórios em tempo real, em conjunto com o conhecimento do veterinário, esse tempo extra aumentará a eficiência do tratamento, possibilitando salvar mais pacientes em menos tempo. Além disso, a inteligência artificial ajudaria a reduzir a taxa de erros de diagnósticos para quase zero, uma vez que sua capacidade de identificar padrões e de aprendizado a torna mais eficiente na distinção de sintomas semelhantes em doenças distintas.
Não só de diagnósticos vive uma IA, existem plataformas, como a desenvolvida pela empresa de biotecnologia Insilico Medicine, que possibilitam a análise minuciosa de amostras genéticas, em busca de assinaturas de doenças e identificação de alvos promissores entre as milhões de moléculas do animal. Quando aprimorada, essa tecnologia tornará possível a simulação de medicamentos, prevendo potenciais efeitos no organismo do paciente.
Um dos grandes desafios da medicina veterinária é a incapacidade de nossos bichinhos de informar suas dores. Para eliminar esse problema, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp vem desenvolvendo uma pesquisa de uma IA capaz de decifrar os sinais de nossos pets. Nesse aplicativo, os pesquisadores unem informações sobre o comportamento animal, que são armazenadas pela máquina, que eventualmente se tornará capaz de identificar comportamentos e definir a intensidade da dor de cada paciente.
Todas as tecnologias citadas nesse texto estão sendo desenvolvidas em seu estágio inicial, mas não se engane, esse futuro não está tão distante. Como dito, a capacidade de aprendizado das inteligências artificiais é infinitamente mais rápida do que a dos humanos. Logo, a tecnologia nos ajudará a tornar a medicina veterinária mais eficiente e assertiva, proporcionando uma vida mais duradoura e saudável para nossos pets queridos.