Cães vivem há tanto tempo ao lado dos humanos que é natural que conquistem funções em nossa sociedade. O melhor amigo do homem já provou que pode trabalhar a nosso lado, e um dos cargos mais importantes que um cão pode exercer é o de guia.
Existem relatos de que em 1819 um austríaco chamado Johan Eihelm Klein fundou uma escola de cães guias em Viena, outros indicam que os primeiros cães guias surgiram ainda antes, em 1780 no hospital para cegos Lez Quinze-vingts em Paris, devido aos esforços do também austríaco Josef Riesinger.
Independente da origem, os cães guias passaram a se tornar populares no mundo após a primeira guerra mundial quando o alemão Gerhard Stalling decidiu ajudar veteranos de guerra cegos. A ideia surgiu quando o médico deixou seu cão sozinho no jardim do hospital e percebeu que o animal passou a ajudar os pacientes, assim em 1916 Staling abriu a primeira escola para cães guias na cidade de Oldenburg.
Dez anos após Stalling a norte-americana Dorothy Eustins, que treinava cães para a polícia e Cruz Vermelha, publicou um artigo falando do trabalho de Johan Klein e inspirou o milionário Morris Frank a abrir uma escola de treinamento de cães guias nos Estados Unidos. Frank também teve um papel muito importante ao lutar para que os cães guias fossem aceitos em lugares públicos, além de ter um projeto social que doava cães para pessoas sem condições financeiras.
Com o tempo esses animais chegaram ao Brasil, mas estima-se que existam apenas 200 em território nacional. Muito disso é devido ao alto custo desses animais, que podem chegar a R$ 30 mil, além do fato de que não são todos os cães que podem se tornar um guia, as raças mais utilizadas são os Labradores e os Golden retrievers. Além do tamanho, um cão guia precisa ter um espírito de liderança, inteligência, facilidade em aprender e temperamento dócil.
Após serem escolhidos eles são adotados por uma família voluntária, onde convivem com pessoas e são adestrados. Com um ano e meio são enviados a uma escola especializada onde aprendem a desviar de obstáculos, diferenciar esquerda de direita, encontrar pontos de referência e a praticar a “desobediência inteligente”, que é quando desobedecem a um comando em prol da segurança de seu tutor.
É importante ressaltar que um cão guia não está na rua a passeio, mas sim a trabalho, então não é adequado brincar ou distraí-los e menos ainda alimentá-los, já que geralmente eles seguem uma dieta rígida. A ligação com o tutor é fundamental para o trabalho de um cão guia, por isso existem casos de pessoas que não conseguiram se adaptar a um animal e preferem o uso da bengala.
Assim como qualquer bom trabalhador, os cães guias se aposentam após alguns anos de serviço, então podem continuar a viver com seus tutores ou serem adotados por uma família que já tem proximidade.
Na CãoBoy também prestamos atendimento a esses bichinhos que dedicam suas vidas a protegerem seus tutores.